Pesquisadores identificam principais parasitas de tartarugas-marinhas encalhadas no litoral do CE e RN
Todos os animais analisados neste trabalho foram encontrados mortos em ambiente natural ou vieram a óbito por complicações
Publicado em: 08 de out. de 2021
As tartarugas-marinhas são répteis adaptados à vida aquática com características que permitem sua sobrevivência no ambiente marinho, apresentando distribuição cosmopolita e representadas por apenas sete espécies, das quais cinco delas são encontradas no Brasil sendo todas listadas sob algum grau de extinção (Carreta caretta, Chelonia mydas, Eretmochelys imbricata, Lepidochelys olivacea e Dermochelys coriacea). Diversas ameaças têm sido descritas acometendo as populações destes animais, como os aspectos naturais de predação, mudanças no ecossistema e doenças infecto-parasitárias.
Com foco na falta de informações sobre o papel das infestações parasitárias na vida de tartarugas marinhas encontradas na região conhecida como Costa Branca, localizada nos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte, o pesquisador Claudio Giovanio, sob a orientação do professor Carlos Iberê, desenvolveu sua pesquisa no mestrado em Produção Animal na UFERSA com o objetivo de identificar a fauna parasitária de quatro espécies de tartarugas-marinhas provenientes de encalhes na região de estudo durante o período de 2010 a 2019.
Todos os animais analisados neste trabalho foram encontrados mortos em ambiente natural ou vieram a óbito por complicações durante o período de reabilitação na base do Projeto Cetáceos da Costa Branca, projeto ligado a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), entidade parceira, com a missão de promover pesquisa e conservação de espécies e ecossistemas marinhos, costeiros e estuários, integrando conhecimento científico e tradicional.
Das cinco espécies de tartarugas-marinhas que ocorrem no Brasil, a tartaruga-cabeçuda (C. caretta), tartaruga-verde (C. mydas), tartaruga-de-pente (E. imbricata) e a tartaruga-oliva (L. olivacea) apresentaram registros de parasitos na região deste estudo, sendo apenas a tartaruga-de-couro (D. coriacea) a única a não apresentar registo de parasitos, possivelmente devido ao reduzido número de indivíduos encontrados. O entendimento desta biologia parasitária em tartarugas-marinhas é importante para entender a dinâmica populacional e esta relação parasita-hospedeiro, permitindo um melhor conhecimento da biologia e investigar possíveis casos de doenças parasitárias nestas espécies, que possuem hoje diferentes graus de risco de extinção.
Fonte:
Silva, Cláudio Giovanio da. Identificação da Fauna Parasitária de Tartarugas-Marinhas Encalhadas ao Norte do Sudoeste Atlântico, Brasil, 2020. 137 p. Disponível em: http://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/5443