Pesquisadoras desenvolvem revestimentos comestíveis que aumentam a vida útil do camarão

A combinação apresenta potencial como revestimento comestível e conservante natural para aumentar a qualidade sensorial e a vida útil do camarão

Publicado em: 16 de fev. de 2022

O nordeste brasileiro é a região com maior produção de camarão marinho, esta atividade tem pelo objetivo a exportação e o consumo interno. Com alto consumo interno e encontrando um gargalo na alta perecibilidade do produto, o que dificulta sua conservação. Por outro lado, a indústria de alimentos percebe uma mudança no comportamento da população e da busca por alimentos mais saudáveis e mais próximos do natural, a quitosana e os extratos vegetais destacam atividade antimicrobiana e antioxidante uma alternativa ao uso de conservadores sintéticos.

Com esta realidade a pesquisadora Joice Sousa, sob orientação da professora Patrícia Lima, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Ufersa, desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de obter caracterizar filmes e revestimentos comestíveis à base de quitosana combinada com diferentes concentrações de extrato de própolis verde e vermelho e avaliar o potencial dos revestimentos na qualidade do camarão branco (Litopenaeus vannamei) resfriado e congelado. 

Os filmes produzidos com diferentes concentrações de extrato de própolis verde e vermelho foram caracterizados quanto às suas propriedades ópticas: cor e opacidade; propriedades de barreira: permeabilidade ao vapor de água e solubilidade; propriedades mecânicas: resistência a tração, alongação na ruptura e módulo de elasticidade e microscopia eletrônica de varredura - MEV. 

A atividade antimicrobiana das soluções filmogênicas foi avaliada frente a cepas padrão de Salmonella typhimurium, Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Para o experimento com camarão as amostras resfriados foram submetidas a diferentes tratamentos e divididos em cinco grupos: Controle (C); Metabissulfito (MBS); Quitosana (Q); Extrato de própolis Verde (EPVD) e Quitosana + extrato de própolis verde (QEPVD), posteriormente, foi armazenado refrigerado a 4 ± 1 ºC por 12 dias. Para o experimento com camarão congelado, o camarão foi processado e dividido em: Controle (C); Glaciado (G), Quitosana (Q); Quitosana + extrato de própolis verde (QEPVD) e quitosana + extrato de própolis vermelha (QEPVM) após a aplicação dos tratamentos armazenados foi congelado a - 18 ºC por 180 dias. 

Para avaliar a qualidade do camarão resfriado e congelados, os grupos foram submetidos às análises física-químicas e microbiológicas, no experimento com camarão foi realizado também a análise de Método Índice de Qualidade - MIQ. 

De acordo com os dados obtidos foi observada a diferença nas propriedades de barreira e mecânica dos filmes e melhores resultados foram encontrados nos filmes com concentrações de 0,12 e 0,25% de extrato de própolis verde e vermelha. A incorporação do extrato de própolis à quitosana proporcionou melhores resultados de atividade antimicrobiana. A partir dos dados obtidos é possível inferir que houve sinergia entre a quitosana e o extrato de própolis e, portanto, essa combinação apresenta potencial como revestimento comestível e conservante natural para aumentar a qualidade sensorial e a vida útil do camarão branco.

 

Veja o trabalho completo

SOUZA, Joice Teixeira. Potencial de revestimentos comestíveis à base de quitosana e extrato de própolis na conservação do camarão branco do pacífico (Litopenaeus vannamei). 2021. 92 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal), Universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró, 2021. Disponível em http://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/6759 Acessado em 14 de fevereiro de 2022.

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