Como os docentes que lecionam em salas multisseriadas organizam seu trabalho no processo de ensino aprendizagem?

Pesquisa da Ufersa aborda os desafios de docentes que atuam na educação multisseriada

Publicado em: 13 de out. de 2021

Foto: reprodução internet

 

A escola do campo é marcada pela precariedade presente no seu contexto, desde a estrutura física, a maioria localizada em espaços que não possuem características de uma escola, ou seja, em prédios paroquiais, dentre outros. Além disso, essas escolas sofrem com a falta de atenção por partes dos governantes, já que não investem na formação dos professores que lecionam em turmas multisseriadas, tampouco, em propostas metodológicas que abordem especialmente a realidade das escolas das zonas rurais.

 

Pensando nestes desafios, a pesquisadora Francisca Rayane, do curso de Licenciatura Interdisciplinar e Educação do Campo da Ufersa, e a professora Ana Seal (orientadora), realizaram uma pesquisa que abordou com atenção e seriedade essa realidade de ensino.  Foi observada a forte presença de salas multisseriadas na comunidade Poço Tilon, na cidade de Felipe Guerra/RN, onde sentiu-se ainda mais necessidade de pesquisar sobre esse tema.

   

O objetivo do estudo foi conhecer as metodologias de trabalho utilizadas pelos professores atuantes em salas de aulas multisseriadas. Além de identificar formas de gerenciamento do tempo pelos docentes em salas multisseriadas, entender como os docentes trabalham os conteúdos disciplinares no contexto das salas multisseriadas e analisar as formas de organização do grupo classe, promovidas pelos docentes frente ao trabalho com turmas multisseriadas.

 

A pesquisa mostrou que os docentes indicam conseguir desenvolver um trabalho satisfatório apesar das lacunas/limites da atividade em salas multisseriadas. Além disso, esse estudo apontou que as salas multisseriadas podem proporcionar bons resultados nas relações de ensino-aprendizagem, embora na atual configuração necessite de um grande esforço/empenho por parte dos professores à revelia das condições que lhes são colocadas.

 

As autoras finalizaram a pesquisa dizendo que, os desafios/problemas não necessariamente existem pelo fato de serem salas multisseriadas, mas sim na deficiência de conhecimentos específicos para com as salas multisseriadas e com as escolas do campo. Os preconceitos existentes/representações negativas referentes as salas multisseriadas devem ser pesquisadas/problematizadas para que se busque uma superação.  É fundamental que sejam desenvolvidas políticas educacionais que deem ênfase às salas multisseriadas com propostas, formação docente e materiais adequados a essa realidade.

 

A pesquisa completa está disponível em:

OLIVEIRA, Francisca Rayane Gomes de. Salas multisseriadas: compreensões sobre a organização da prática docente. 2019. 47f. Monografia (Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo), Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, 2019.  Disponível em: http://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/3318

 

 

Siga o sabiá por onde ele for!

Orgulhosamente desenvolvido pela equipe da Plataforma Sabiá na UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA.